domingo, 16 de agosto de 2009
Rede Brasil se ferra
Os executivos da Fox tiraram a bunda do sofá e através da APCM (Associação Antipirataria de Cinema e Música) notificou a Rede Brasil por exibir alguns dos seus seriados de forma obscura (pra não usar outra palavra). O canal se pronunciou dizendo que comprou os direitos da empresa E+ Entretenimento (a mesma que colocou meia dúzia de episódios de Yu Yu Hakushô na grade da NGT), famosa por distribuir para emissoras locais pelo Brasil afora séries lançadas em DVD. Por sua vez a E+ afirmou ter os direitos de tais programas e que os adquiriu de uma empresa sediada nas Ilhas Virgens (!!!!) - isso foi uma piada? A pergunta é: por quê ir a um paraíso fiscal comprar programas que já são distribuidos oficialmente no país? A “explicação” convenceu alguém?
A Rede Brasil não é a única que exibe séries e desenhos originalmente lançados em DVD (inclusive chegou a transmitir Os Cavaleiros do Zodíaco oriundos dos discos da PlayArte). A mais célebre entre os fãs de animes é a Ulbra Tv que tem na sua grade o próprio Cavaleiros do Zodíaco (incluindo A Saga de Hades), Dragon Ball Z (vindos dos episódios com imagem de DVD e áudio inserido - trabalho de fãs disponível para baixar via torrent), Power Rangers e acabou de estrear Jaspion (via discos da Focus Filmes), exibido às segundas em seu bloco infantil.
Todos os canais que trabalham nesse ”esquema” afirmam ter contrato para exibir tais programas, mas é bem provável que tais não tenham nenhuma validade legal, ou seja, fingem que não sabem que é pirataria. Se fazem de bobos e desinformados, mas se o fossem não chegariam ao ponto de ter um canal de tv - um brinquedo caro no Brasil.
Por enquanto apenas a Rede Brasil foi notificada, mas existem dezenas de emissoras pelo país trabalhando com esse tipo de programação clandestina. Mas é bem provável que não dê em nada, a não ser que outras distribuidoras “vítimas” de tal golpe (a palavra é essa mesma) como a Paramount, Warner, Universal e Buena Vista começem a fazer a mesma coisa e irem atrás dos responsáveis. E nesses casos a culpa é mútua: da “atravessadora” que diz ter comprado os direitos de determinados programas no fim do mundo (curiosamente todos vindos de DVDs lançados aqui. Repararam que nunca trouxeram nada inédito?) mesmo tal material já tendo representante no Brasil, e as emissoras que os exibem, já que estão carecas de saber que isso é ilegal, pilantragem, mas se escondem atrás de contratos fajutos. Eles sabem que a justiça é lenta e se aproveitam dessa brecha pra continuarem trabalhando em cima da esperteza e do jeitinho brasileiro. Triste.
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